terça-feira, 25 de outubro de 2016

CARTUNISTA DA MALÁSIA É BANIDO DE SEU PAÍS


Zunar.
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1. O banimento do cartunista malaio Zunar foi divulgado ontem, 24, pelo Bado's Blog - AQUI;

2. O post abaixo, publicado em 19 de maio de 2015 pelo Comitê de Proteção a Jornalistas, informa sobre os fatos que antecederam a medida repressiva:

Traçando limites: cartunistas sob ameaça
Quando o governo da Malásia impetrou ações penais por sodomia contra um dos principais opositores políticos do país, o cartunista Zulkiflee Anwar Ulhaque, conhecido como Zunar, colocou suas canetas de desenho em ação para satirizar o que ele via como um velado jogo de poder político.
Publicados pela primeira vez em Malaysiakini, um site de notícias independente, e outros publicados exclusivamente em um livro de 2014, os cartuns de Zunar retrataram o julgamento de alto perfil como uma trama do governo liderada pelo primeiro-ministro Najib Razak e seu partido Organização Nacional dos Malaios Unidos, para aprisionar seu principal rival político, Anwar Ibrahim.
Em um dos desenhos críticos, Zunar retratou Najib como o juiz que presidiu o caso, com um livro jurídico visivelmente colocado numa lata de lixo; em outro, o primeiro-ministro foi retratado puxando as cordas acima dos juízes desenhados como marionetes de sombra; um terceiro representava Najib montado em um enorme juiz apontando seu martelo a um Anwar de olhos arregalados.
As charges levantaram dúvidas não muito sutis quanto à independência judicial, um tema tabu para a mídia da Malásia. "Os jornais locais e programas de televisão são todos controlados pelo governo. Eles não podem discutir questões polêmicas", disse Zunar, que tem mais de 100.000 seguidores em mídia social. "O governo teme que meus cartuns virem o povo contra eles".
As autoridades não aceitaram a sátira de Zunar com bom humor. Ele disse ao CPJ que em janeiro a polícia invadiu seu escritório e apreendeu mais de 100 cópias de seus livros, incluindo um novo volume intitulado The Conspiracy to Imprison Anwar (A conspiração para aprisionar Anwar). Em fevereiro, Zunar foi detido por quatro dias por publicar tuites críticos, incluindo outro cartum de Najib retratado como juiz, minutos após o anúncio do veredito de culpado no julgamento de Anwar.
O humorista enfrenta uma possível pena de 43 anos de prisão por nove acusações de sedição, um crime contra o Estado que leva obrigatoriamente à prisão sob a lei da Malásia. As audiências de seu caso devem começar em 20 de maio. Ele também está sob investigação por duas outras acusações de sedição, incluindo uma pelos livros apreendidos em janeiro e por outro volume, Cartoon-O-Phobia, publicado em 2010, contou Zunar ao CPJ. "Em um regime corrupto, a verdade é sediciosa", disse Zunar, que teve cinco livros proibidos desde 2010. "Eu vou continuar desenhando até a minha última gota de tinta".
Editores dos livros do cartunista também estão sob ameaça legal. Zunar disse que as autoridades invadiram as instalações de três de seus editores anteriores, ameaçando revogar suas licenças de publicação e prender os proprietários sob a Lei de Imprensa e Publicação e a Lei de Sedição. Ele, agora, omite o nome do seu editor para proteger a empresa de assédio, apesar de tal anonimato ser ilegal sob a Lei de Impressão.  (AQUI).

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Equivoca-se quem subestima a força do cartum. Mas, cumpre admitir, há cartuns e cartuns...

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