quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

O FANTASMA TACLA DURÁN RONDA OS DOUTOS

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Com o perdão do trocadilho, o fato de estarem a impedir que Tacla Durán, ex-advogado da Odebrecht, fale à Justiça está dando o que falar. É incompreensível que as revelações contidas no depoimento (aqui) de Tacla à CPMI da JBS tenham sido praticamente ignoradas também pela grande imprensa brasileira. Consta que a impassividade da imprensa decorre do fato de que não se deve dar crédito a um 'meliante', o que, aliás, é também o argumento invocado pelo juiz da Lava Jato. A propósito, vejamos o que afirma (AQUI)) o procurador Celso Três (que atuou no caso Banestado) ao site Diário do Centro do Mundo acerca da reação do juiz Sergio Moro em face da acusação, de Tacla Durán, de que o advogado Carlos Zucolotto, amigo do magistrado, tentara lhe vender facilidades num acordo de delação premiada (para o que Zucolotto contaria com o apoio de um certo "DD"): 
"Aquilo é muito estranho. Compromete o juiz. Como magistrado, ele não pode fazer defesa incondicional de quem quer que seja. Nem eu, como procurador, posso fazer defesa incondicional. Também desqualificar Tacla Durán não ajuda. Afinal, delações são feitas por criminosos".

Afinal, as alegações de Tacla Durán terão, ou não, consequência? Teria a 'antecipação' da data do julgamento do recurso do ex-presidente Lula pelo TRF4 algo a ver com as acusações feitas por Tacla Durán? Por que certos procuradores estão tão, digamos, inquietos?


Procurador de Curitiba xinga CPMI da JBS , mas não esclarece caso Tacla Durán

Do Jornal GGN

O procurador de Curitiba Carlos Fernando dos Santos Lima usou as redes sociais para xingar o relatório parcial da CPMI da JBS de "patético" e atacar os responsáveis pelo documento, os deputados Carlos Marun e Wadih Damous. Mas não teceu nenhum comentário sobre o motivo que o levou a ser citado na investigação que envolve a delação da Odebrecht: as denúncias feitas pelo advogado Rodrigo Tacla Durán.

Em poucas linhas, Lima limitou-se a dizer que "Carlos Marun e Wadih Damous são a melancólica face de um sistema político decadente. Ser mencionado no patético relatório da CPMI só pode ser considerado como um elogio, pois quem desperta a raiva dos vilões está no caminho certo."

O relatório parcial concluiu pelo pedido de investigação contra Lima e outros procuradores que atuaram diretamente na tentativa de acordo de delação premiada com Tacla Durán.

A negociação acabou frustrada e o advogado, após ser denunciado na Lava Jato, deixou o País rumo à Espanha e, de lá, revelou que recebeu um pedido de propina de Carlos Zucolotto, amigo pessoal de Sergio Moro e ex-sócio de Rosângela Moro, para "melhorar" a proposta feita pelos procuradores. Em mensagens entregues à CPMI, Zucolotto diz que precisava do dinheiro "por fora" para pagar aqueles que estariam ajudando nos bastidores. Entre eles, uma figura denominada "DD".

Também nas redes sociais, Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba, chamou o relatório de "deplorável".

"Deplorável o relatório da CPMI da JBS que isenta políticos implicados e ataca os investigadores. (...) Os colegas da Lava Jato Carlos Fernando Lima, Roberson Pozzobon e Júlio Noronha são um exemplo de dedicação profissional e cívica à causa anticorrupção e à sociedade. É uma honra para mim trabalhar com eles", disse Dallagnol.

O coordenador ainda disse que "a atuação nossa [nos acordos de delação] não é isolada: todas as decisões importantes são tomadas pelo grupo de 13 procuradores, o que permite que a experiência se una a diferentes especializações e visões de mundo."

Além de uma investigação sobre os procuradores de Curitiba e a delação de Durán, o relatório da CPMI centra fogo em Rodrigo Janot e a delação da JBS, além de pedir a aprovação de uma lei que regulamente o instituto da colaboração premiada.  -  (AQUI).

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Adendo:
Para ter uma ideia do potencial das denúncias formuladas por Tacla Durán, clique AQUI para ver que:

"O jornal Folha de S. Paulo informou na tarde desta quinta (14) que o relator da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da JBS, deputado Carlos Marun (PMDB), sucumbiu a pressões do governo e de membros da própria comissão e retirou do relatório final as acusações de Rodrigo Tacla Duran contra Carlos Zucolotto e o pedido para investigar o amigo de Sergio Moro e os procuradores de Curitiba. (...)."

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